Quarta, 09 Novembro 2022 13:21

A questão fiscal no Brasil é um dos maiores desafios para o presidente eleito

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Na coluna Reflexão Econômica do Jornal da USP desta semana, o professor Luciano Nakabashi emite sua opinião em relação ao processo eleitoral e às expectativas e desafios com o novo governo.

 

Para Nakabashi, o processo de troca de governo faz parte da democracia e o voto exerce o papel de aprovar ou não a gestão. “Quando a população não está satisfeita, a maioria acaba optando por trocar quem está no governo e assim sucessivamente. Esse é um processo democrático, qualquer governo pode sofrer desgastes naturais ao longo do tempo e, com isso, existe essa tendência de, de tempos em tempos, colocar pessoas de grupos diferentes.”

 

O pesquisador diz que todas essas manifestações que estão acontecendo no Brasil são naturais, mas já se percebe excessos, pois a grande maioria da população apoia a democracia. Nakabashi lembra que “daqui a quatro anos possivelmente haverá outra mudança, seguindo as escolhas da população”.

 

Ter a consciência de quem está sendo colocado no poder, suas propostas e os impactos delas, tanto na área econômica como na social, é fundamental, segundo Nakabashi. “Acho que falta um pouco desse esclarecimento por parte da população, por isso é importante ter propostas detalhadas nos projetos de governo, para que as pessoas de fato possam votar conscientes e baseadas em informações e isso não só para presidente, mas para todos os representantes da população, como governador, deputados, senadores, prefeitos e vereadores.”

 

O professor diz que a divisão no País é visível e o presidente eleito tem como desafio governar para todos, tentar conter os ânimos e pacificar na medida do possível, uma vez que ele tem muita coisa para fazer.

 

Os desafios na área econômica são enormes, segundo Nakabashi, e uma das principais é a questão fiscal, que está longe de ser resolvida e que afeta muito o desempenho da economia brasileira. “Por isso, tem que ser pensada a longo prazo, para atrair investimentos, tanto de dentro como de fora do País, e para que se abra espaço para outros debates, também relevantes para o desempenho econômico e social para o Brasil, como a produtividade, a escolaridade e a questão tributária, por exemplo.”

 

Já como sociedade, o professor diz que todos têm que aceitar o resultado conquistado de forma democrática e quem venceu deve estender a mão para aqueles que estavam do outro lado. “Só assim vamos construir uma nação que vai dar certo no futuro.”


Via: Jornal da USP

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