Jueves, 13 Diciembre 2018 11:24

Integração de atividades é peça-chave da nova gestão da CPq

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Integração de atividades, valorização dos grupos de pesquisa e maior divulgação dos serviços prestados aos pesquisadores. Essas são as prioridades do novo presidente da Comissão de Pesquisa (CPq) da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, André Carlos Busanelli de Aquino. Junto com Cláudia de Souza Passador, vice-presidente da CPq, Aquino foi eleito pela Congregação da FEA-RP em agosto.


O professor Aquino acredita ser importante reconhecer os docentes que se destacam na pesquisa, reconhecer a excelência e o desempenho dos grupos de pesquisa ativos. O professor também ressalta a importância de sinergia em algumas atividades. “É importante agora planejar melhor a coleta e a gestão dos dados, além da informação de desempenho de pesquisa e pós-graduação. É um desafio de toda a Universidade e que precisamos priorizar, de forma a reduzir as burocracias e os esforços repetitivos e trabalhar melhor a comunicação”.

 

Entre as principais ações previstas, segundo ele, estão integrar também atividades de pesquisa que hoje são feitas de forma isolada. “Promover uma integração ainda maior dos programas de pós-doutorado e professor colaborador nos grupos de pesquisa. Integrar seminários de pós-doutorado com atividades de graduação e pós-graduação são também ações prioritárias”.

 

Confira aqui a entrevista completa com o professor Aquino:

Pergunta: O que o motivou a tentar ser presidente da CPQ?
André Aquino: Acho que eu tenho algo a contribuir para o aprimoramento da unidade em relação à pesquisa, que em geral é a atividade que eu mais me dedico. Coordeno um grupo de pesquisa, que considero bem organizado e conectado internacionalmente. Junto com outros grupos que são referência na FEARP podemos ajudar a unidade a desenvolver ainda mais as iniciativas existentes.

 

P: O que o sr. Pretende priorizar nessa gestão?

André Aquino: Integração das políticas de pesquisa. Promover uma integração ainda maior dos programas de pós-doutorado e professor colaborador e visitante nos grupos de pesquisa, dar maior visibilidade aos grupos de pesquisa, criar um ambiente dinâmico, pulsante de pesquisa na faculdade. Sabemos que tem muita pesquisa sendo feita por aqui, mas às vezes ocorrem de forma isolada, e o pesquisador acaba não vivenciado esse ambiente. Dar mais visibilidade aos grupos de pesquisa, integrar seminários de pós-doutorado com atividades de graduação e pós-graduação são também ações prioritárias. Queremos ainda junto à Assistência Acadêmica aprimorar o menu de serviços do Escritório de Apoio à Pesquisa para favorecer essa maior integração. Ainda, queremos melhorar a coleta e gerir melhor as informações da produção intelectual da Unidade, com apoio das comissão de pesquisa e comissão de pós-graduação, evitando retrabalho aos pesquisadores, que devem ter seu tempo preservado para atividades fins.


P: Sobre o Escritório de Apoio à Pesquisa, o que o professor pode esperar?
André Aquino: Uma grande oportunidade de aprimoramento veio com o Projeto Acadêmico da Unidade. Os docentes hoje devem distribuir seu tempo em quatro grandes áreas: ensino, pesquisa, extensão e gestão. Com as novas regras de avaliação de desempenho, trazidas pelo projeto acadêmico da Unidade e de departamentos, o docente vai poder escolher duas áreas para se especializar e buscar excelência. Naturalmente, parte dos docentes da casa vai escolher se especializar em pesquisa. E alguns vão se dedicar mais ao ensino, à extensão ou gestão. Aqueles que escolherem se dedicar mais à pesquisa vão demandar mais do Escritório e precisamos focar na divulgação do menu de serviços oferecidos. Entre as atividades atuais, por exemplo, o escritório busca mapear oportunidades de financiamento e de bolsas; dá apoio de gestão de prestação de contas aos docentes que possuem projetos de fomento. O escritório também ajuda na divulgação das oportunidades de pós-doutorado que os supervisores oferecem. Além disso, acredito que o EP poderia a apoiar a construção de network com outros centros do exterior, junto com o IO.

 

P: Quais os incentivos e vantagens para o aluno de graduação fazer pesquisa?
André Aquino: A vantagem de um aluno se envolver em atividades de pesquisa é ter um pouco de vivência do que é uma carreira científica. Fazer pesquisa não significa necessariamente que vai seguir uma carreira em ciências. Mas, se os alunos fazem uma iniciação científica dentro de um grupo de pesquisa, por exemplo, eles vão vivenciar isso, o que ajuda a abrir mais uma oportunidade de carreira que eles têm e talvez desconheçam. Uma outra confusão, por falta de esclarecimento, é que não necessariamente uma atividade de pesquisa acontece em uma universidade, ou dentro de leva uma carreira de docência. Assim que formado, o aluno pode seguir uma carreira num banco de desenvolvimento, Institutos de pesquisa de diversas naturezas, por exemplo, e exercer funções que envolvam apenas pesquisa, sem qualquer atividade didática. O conhecimento adquirido ao fazer iniciação científica durante a graduação pode incrementar o currículo, desenvolver habilidades e abrir um leque maior de oportunidades de emprego. Precisamos divulgar e esclarecer sobre o que é o programa de iniciação, as possibilidades, como funciona, o que ele pode ou não contribuir ao aluno. Em suma, divulgar melhor as oportunidades. Assim como já acontece no programa de pós-doutorado, acredito que os grupos de pesquisa poderiam oferecer vagas de iniciação científica aos alunos de graduação. Alguns já fazem de forma regular e organizada, mas não são todos.

 

P: O que é possível fazer com os desafios de financiamento
André Aquino: A época de depender apenas dos recursos da Universidade acabou. Tanto docentes como os servidores técnicos precisam ajudar a unidade a direcionar esforços para captação de recursos externos. No caso da pesquisa, acho que é tarefa dos pesquisadores buscar financiamento para seus projetos em agências de fomento ou outras fontes externas. Algumas das agências nacionais também estão com recursos escassos, então é preciso melhorar nossas práticas e processos de captação de recurso e buscar apoio em agências estrangeiras. Esse é um dos motivos da internacionalização ser fundamental. Se tivermos conexões com grupos de pesquisa no exterior, conseguimos captar com mais facilidade esses recursos. Eles estão disponíveis por meio de agências específicas como DAAD e Erasmus ou por meio de programas governamentais, como o Newton Fund, British Academy. Além disso, é possível captar recursos em instituições privadas via leis de incentivos fiscais, seguindo sempre a legislação vigente. Outro exemplo de captação de recursos são os programas de fundos (endowment) que já funcionam na USP como o Amigos da Poli e o Fundo Patrimonial FEA USP.

 

P: O sr. gostaria de complementar com mais alguma informação?
André Aquino: As práticas e forma de avaliação de produção científica está mudando rapidamente. Entramos no momento na valorização do impacto que a pesquisa trouxe, quem a está usando, e como ela ajuda a avançar a área de conhecimento ou a sociedade. Apenas ter um artigo publicar não será tão valorizado em um futuro bem próximo. Estamos passando por um grande choque cultural, precisamos estar alertas e fazer as adequações de rota necessárias. Ainda, acredito que devemos reconhecer os docentes que se dedicam e se destacam em pesquisa, reconhecer a excelência e o desempenho dos nossos grupos de pesquisa. Gerar interação e integração.

 

Por: Leonardo Rezende, Assessoria de Comunicação da FEA-RP.

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