A safra 2018/19 da cana-de-açúcar, encerrada em março, registrou, em âmbito nacional, a menor produção de açúcar desde a safra 2005/2006. É o que aponta o Boletim Setor Sucroalcooleiro de abril, elaborado pelos pesquisadores Francielly Almeida e Marcelo Lourenço Filho, sob a coordenação do professor Luciano Nakabashi, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP.
A queda na produção, uma tendência dos últimos anos no país, foi de 25% em relação à safra 2017/18. Pode ser explicada pelo declínio no preço do açúcar, tanto no cenário doméstico como no internacional.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento apontam que a última safra teve uma concentração no etanol, registrando valores recordes na sua produção em todas as regiões analisadas. A produção de etanol cresceu 19% em todo o Brasil comparada com a safra 2017/2018, atingindo 33 bilhões de litros, a maior dos últimos anos. No estado de São Paulo, a alta na produção foi de 20%, enquanto nas regiões Centro-Sul e Norte-Nordeste os aumentos foram de 18% e 21%, respectivamente.
A produção menor de açúcar afeta diretamente as vendas externas: Entre 2017 e 2018, as exportações de açúcar bruto passaram de US$ 9,2 bilhões para US$5,5 bilhões e as de açúcar refinado caíram de US$2,4 bilhões, em 2017, para cerca de US$1,2 bilhão, em 2018.
Já a exportação de etanol em 2018 foi de US$ 909,1 milhões, um crescimento de 10% em relação a 2017. Até o final de março de 19, o Brasil tinha exportado US$ 194 milhões em etanol, US$ 142 milhões em açúcar refinado e US$ 828 milhões de açúcar bruto.
Por: Leonardo Rezende, Assessoria de Comunicação da FEA-RP.