Thursday, 09 March 2023 14:21

A importância da âncora fiscal para impulsionar o crescimento do País e controlar a inflação

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A questão dos juros é algo que sempre preocupa os economistas, uma vez que afeta o financiamento e, consequentemente, o investimento e o consumo, condição a que se dá o nome de demanda agregada e que ajuda a dinamizar a economia. O professor Luciano Nakabashi entende que a preocupação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com juros elevados vai nessa linha. “Mas, quando a gente olha o juro, ele é um preço e também é o instrumento de política monetária para controlar a inflação. É o preço que  ajusta o mercado, que a gente chama de fundos de empréstimos; as pessoas que querem emprestar dinheiro, as pessoas que querem pegar esse dinheiro emprestado para fazer investimento. Então, o juro é o preço que vai meio que regular esse mercado”.

De acordo com o colunista, para reduzir os juros, são necessárias políticas para estimular a poupança na economia, e o principal agente nesse sentido é o setor público, sobretudo na esfera federal, o que nos leva ao papel da âncora fiscal. “Quando a gente olha a âncora fiscal, a gente percebe que existe uma pressão muito grande de gastos por parte da sociedade, por parte dos políticos. Os políticos querem gestores do orçamento, gestores de políticas públicas, eles têm uma demanda por gastos, para aumentar gastos, para satisfazer suas bases eleitorais e, com isso, aumentar a chance de eleição ou reeleição.” Ou seja, eles  acabam exercendo uma pressão muito forte para o aumento de gastos.

“Uma âncora fiscal é importante nesse sentido, para isolar essa pressão política por aumento de gastos. Então, você tem lá regras que são claras, que precisam ser cumpridas, que ajudam a controlar gastos. Por que?  Porque isso vai ser bom para a sociedade. Isso vai ajudar a controlar preço, isso vai ajudar no orçamento do governo, o que, no final das contas, vai fazer com que os juros na economia brasileira sejam mais baixos no médio, longo e mesmo no curto prazo.”  Nakabashi observa que os gastos do governo, controlados, reduzem a demanda, dão mais estabilidade para a economia e atraem recursos, consequentemente, investimentos. “Tudo isso ajuda a dinamizar a economia, por isso que uma âncora fiscal com regras claras, e que seja imune a essa pressão política, é superimportante para ajudar o crescimento econômico do País e controlar a inflação”, conclui Nakabashi.

Para acessar a entrevista, clique aqui.


Por: Redação, Jornal da USP.

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