Realizada anualmente na última sexta-feira de novembro, a Black Friday marca o início das compras de final de ano. A estratégia para incrementar as vendas no período pré-natalino surgiu nos Estados Unidos e, devido ao seu sucesso, foi absorvida por outros países, inclusive no Brasil, onde, com o passar do tempo, muitos problemas começaram a surgir. Produtos com descontos irrisórios até roubo de informações pessoais e de dados de pagamento não param de crescer. Para evitar que mais consumidores saiam lesados, algumas estratégias devem ser adotadas.
Segundo pesquisa realizada pela Vindi, plataforma especializada em pagamentos on-line no Brasil, a Black Friday 2021 gerou mais de R$ 5 bilhões em faturamento e prevê alta em torno dos 5% a 6% para este ano. Cerca de 40% dos empresários esperam por um faturamento maior que no ano passado, segundo pesquisa realizada pela Boa Vista, empresa com foco em inteligência analítica.
Em ritmo de preparação para a edição de 2022, que começa nesta sexta-feira (25/11), a universitária Bianca Alvarenga conta que pretende ir às compras, mas sem gastar muito. “Ser no fim do mês atrapalha bastante, seria melhor no começo de dezembro.” Vestuário, calçados, eletrodomésticos e eletrônicos são os produtos mais buscados pelos consumidores. Bianca não foge à regra. “Quero ver se consigo comprar um fone de ouvido para o meu celular. Vou pesquisar”, garante.
Pesquisa é arma do consumidor
Segundo Edgard Monforte Merlo, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, “a pesquisa é a arma do consumidor”. Para ele, o consumidor deve se preparar para as compras no período. “Pesquisar em vários lugares garante a procedência do produto e o preço mais barato”, afirma.
Algumas promoções, descontos e vantagens oferecidas para o consumidores podem não ser tão boas como as empresas fazem parecer. Mas esse não é o único problema nesse período, segundo pesquisa realizada pela ClearSale, empresa focada em prevenção e gerenciamento de risco – em 2020, foram registradas mais de 120 mil denúncias de tentativas de compras fraudulentas durante a Black Friday no Brasil.
Impulsionadas pela pandemia, as compras pela internet na Black Friday do ano passado no Brasil cresceram 55% e devem se manter em alta este ano, segundo a Corebiz, agência especializada em e-commerce. “Quando for comprar pela internet é importante ver se o site tem algum mecanismo de proteção, como o selo Site Seguro”, recomenda Merlo.
“As próprias empresas estão interessadas em mostrar os seus selos de compra segura”, afirma o professor. Para checar se o site em que pretende fazer a compra é seguro, conferir se ele possui seu domínio no Brasil já é um primeiro passo. Segundo Merlo, “os sites que possuem .com.br no nome são registrados no Brasil, ou seja, se acontecer algum problema na compra, você consegue reclamar nos órgãos de proteção ao consumidor. Prestem atenção nas avaliações do site, nos comentários que a loja recebe e se tem muitas reclamações nos sites especializados, como o Reclame Aqui. No fim, a pesquisa é a maior arma contra o golpe”, recomenda.
Via: Jornal da USP