Dados do Boletim Conjuntura Econômica de dezembro de 2020 da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP apontam que a economia brasileira cresceu 7,7% no terceiro trimestre deste ano, totalizando R$ 1,891 trilhão.

Essa foi a maior variação da série iniciada em 1996. No entanto, o desempenho é insuficiente para recuperar as perdas anteriores: apenas no segundo trimestre do ano, a queda do PIB foi de 9,6%. Na comparação com o terceiro trimestre de 2019, a queda é de 3,9%.

O resultado recorde do terceiro trimestre foi puxado pela recuperação forte da indústria (14,8%) e comércio (15,9%). O consumo das famílias teve alta de 7,6% enquanto que os investimentos e os gastos do governo tiveram alta de 11,0% e 3,5%, respectivamente. Já as exportações e importações tiveram queda de 2,1% e 9,6%.

Ainda de acordo com dados levantados no Boletim, a alta nos preços dos alimentos teve grande impacto na inflação de outubro. Segundo o IBGE, o IPCA subiu 0,86% em outubro, a maior para o mês desde 2002, quando a taxa foi de 1,31%. Também houve aceleração dos preços em relação ao mês de setembro (0,64%).

De acordo com os pesquisadores, há uma percepção de que o atual governo não tem se atentado ao crescimento da Dívida Pública em relação ao PIB: “também não tem atuado de forma adequada na resolução do problema por falta de entendimento ou vontade política, o que é central no processo de recuperação econômica”.

“Os efeitos da pandemia ajudam a entender a mudança no foco das reformas, mas fica cada vez mais evidente que não existe muito apetite pela agenda de reformas essenciais para o controle dos gastos públicos e para aumentar a produtividade e o dinamismo econômico", explicam os pesquisadores.

Por: Leonardo Rezende, Assistência de Comunicação da FEA-RP.